domingo, 31 de agosto de 2014

Reagindo para não ser morto

Agosto de muitas atividades / ações também em relação às questões de raça / etnia. Foi organizada a II Marcha Internacional Contra o Genocídio do Povo Negro. Passando por eventos culturais, palestras, debates e reivindicações, a iniciativa que reuniu muitas organizações e movimentos sociais teve um forte caráter informativo e educativo em sua etapa de preparação.

Aqui no ABC e em São Paulo tivemos muitos momentos para refletir e 

No dia 16, sábado, o Baile das Beneditas foi dedicado ao tema. Ocorreu lá em Guapituba, no Centro Cultural Dona Leonor e privilegiou as vozes das rappers, além da música instrumental. 










No dia 17, domingo, um seminário preparatório no SINTAEMA durante todo o dia elencou as prioridades e as estratégias para a tomada das ruas na semana seguinte.











No dia 22, sexta, a partir das 17h30 teve a concentração no vão do MASP e logo a saída que terminou algumas horas depois em frente ao Teatro Municipal, local onde nasceu o Movimento Negro Unificado nos anos 70.

Há muito material sobre a Marcha nas redes mas elegemos um texto "artístico" para explicar os motivos de tal mobilização. Por Katiara do Kilombagem. 







Eu vou à II Marcha Internacional Contra o Genocídio do Povo Negro

"Pela Maria de 11 meses baleada por um policial em Amaralina, Sul da Bahia;
Pelos 3 jovens de SBC, da Vila Ferreira da chacina do Mês de Julho;
Pelo Rafael Braga Vieira, preso desde junho de 2013;
Pelo meu cunhado que ficou um ano preso, inocente, confundindo com um assaltante de carro;
Pelos meus primos que tomam enquadro voltando da escola;
Pela minha vizinha que sofre violência doméstica;
Pelo jovem negro deficiente que não consegue transporte da prefeitura pra fazer curso técnico que atendi dia desses;
Por toda dor de quem sofre e mora na rua;
Por todas as nordestinas que vem pra SP tentar a vida e vivem como diaristas e não tem grana pra comer porque paga aluguel;
Por todas as usuárias e usuários do CAPS que vivem entopidos de medicação em nome do lucro da indústria farmacêutica;
Por todas as irmãs que alisam cabelo pra sentirem mais bonita;
Por todos jovens negros que comem mal pra pagar faculdade;
Pela Clauda da Silva Ferreira,
Por aqueles negros e negras que recusaram meu panfleto ontem,
Por mim,
Por vc,
Pela minha mãe, pela minha vó,
Pelo futuro,
Pela vida,
Entre outros milhares de casos e motivos
Pelo fim do racismo,"
Por Katiara Oliveira

Oficinas de projetos

Nesse mês de agosto, dia 11, colocamos em prática uma atividade que há muito já planejávamos: encontros para pensar e formatar / redigir projetos. Algo burocrático e até chato às vezes mas primordial para quem deseja organizar as ideias e acessar apoios e financiamentos. E a experiência foi bem agradável...


O mote foram os editais do PROAC - Cultura do Estado de São Paulo - mas já ampliamos nossos olhares para outros que estão em período de chamadas e, principalmente, conversamos sobre como buscar outras formas para materializar nossos trabalhos, que no fundo são nossos sonhos mais íntimos. Presentes, uma galera cheia de propostas, de histórias e de energias.

Decidimos então repetir o encontro mensalmente e estudar mais profundamente essa área de convocatórias, independente das oportunidades que estejam abertas. Vamos abrir / criar nossas próprias oportunidades!!!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

ENLACES nada SOLIDÁRIOS

Infelizmente não conseguimos completar nossos enlaces solidários mais recentes que tinham planos de chegar à Espanha no mês passado. E tudo isso por força da violência, da intolerância e do RACISMO crescente no mundo - que hoje se manifestam com outras tantas estratégias...

Fomos impedidos de "entrar" no território europeu quando pousamos em FrankfurtAlemanha, onde havia uma conexão. Estávamos chegando de HavanaCuba, e toda a porção negra que estava no voo foi separada da branca já no túnel de saiu da aeronave. Cerca de 90% de nosso grupo eram mulheres adultas e os demais crianças e idosos. Logo se revelou a : todas, sem exceção, eram casadas com homens alemães. Alguns já as resgataram ali mesmo no momento e outros foram chegando nos minutos seguintes. Após horas e horas de interrogatório, de averiguações de documentos (na verdade não buscaram nenhuma das referência apresentadas por mim), avisaram que não seguiria viagem. Então mais uma ampla sessão de burocracias e então uma prisão de uma noite no aeroporto. Depois, um longo caminho de volta até chegar ao lar: largado em Fortaleza - pois a companhia aérea não atendia a região sudeste - e mais 3 dias em ônibus até São Paulo.

Após baixar a raiva e a indignação, muitas reflexões, investigações e conclusões. A mais profunda e sincera de todas: "Não somos desejados em alguns espaços. E não conhecemos, não temos e não vivemos a liberdade, em suas incontáveis possibilidades expressivas. Estamos em - e de certa forma apoiamos, 'financiamos' - um sistema que oprime e nos controla a cada passo, a cada gesto. E isso nos faz definhar aos poucos, principalmente na tristeza ppor conta da impotência, nos faz exterminar uns aos outros".

Bom, sem muito mais a declarar por ora, seguimos buscando mais e mais informações para compreender o fato, que é uma constante naturalizada. Até o momento o que "aprendemos" é que ações assim são legais, institucionalizadas, então que estejamos física e psicologicamente preparad@s para enfrentar os próximos capítulos dessa nossa história humana. 

Abaixo parte de nossa bela agenda não materializada - dessa vez - em terras espanholas. Uma pena...

- dia 19 de julho, intervenção no restaurante La Bodeguita del 6, Córdoba


- dias 21, 22 e 23 de julho, oficinas criativas no Parque de la Asomadilla, Córdoba (com Maríajosé Pedraza)


- dias 25, 26 e 27 de julho, oficinas e afrocontação de histórias no Festival Pirineos Sur, Huesca (http://www.pirineos-sur.es/dias-de-sur/)

Taller Bailes y Ritmos Populares Afrobrasileños

del 25 al 27 de julio, de 12 a 14 horas, precio 5 euros
Taller de Bailes y Ritmos Populares Afrobrasileños

día 27 de julio, Carpa Sallent de Gállego
Diosas y Guerreras, sesión de narración oral

Continuamos acreditando e propondo 
"um outro mundo possível"